Jaipur

Jai, nome do fundador do lugar, e Pur, que significa cidade. Esta é a última paragem do triângulo dourado e a capital do célebre estado do Rajastão.

Foi aqui que começámos a ouvir falar dos poderosos guerreiros Rajputs que deram origem aos sofisticados reis Marajás e dos seus reinos coloridos como não houveram iguais. O Marajá Jai Singh II fundaria Jaipur em 1728 como uma das primeiras cidades planeadas da Índia moderna. Vindo de Amer, mudou a capital do seu reino para Jaipur a fim de construir uma cidade maior para a população crescente e com melhor acesso a água.

A cidade rapidamente ganhou importância diplomática e económica. Jaipur, conhecida como a Cidade dos Marajás passou a chamar-se Cidade Rosa. Já sob o domínio britânico, e pela ocasião da visita do Príncipe de Gales à cidade, em 1876 o Marajá desse tempo ordenou que se pintassem de rosa todas as casas. A tradição manteve-se e desde então a cidade é pintada dessa cor com regularidade. O cor-de-rosa faz parte da identidade da cidade que transpira ainda a realeza, elegância e requinte dos seus tempos monárquicos.

Nos dias que correm, a cidade cor-de-rosa obtém rendimentos do turismo, corte de pedras preciosas, joalharia tradicional e produção de têxteis de luxo. No entanto, fora das indústrias massivas, o comércio tradicional desempenha um papel central nos rendimentos das famílias. Este local é um importante centro de artes e artesanato. O legado artístico único desta cidade está vivo nas ruas e em vários sectores dotados de técnicas tradicionais locais. Percorrendo os mercados, acompanhamos a produção ou venda de antiguidades, esculturas de pedra, marfim, madeira ou couro, têxteis trabalhados segundo métodos que percorreram 5000 anos de gerações desde a civilização do Vale do Indo até hoje, pintura de miniaturas, peças de prata, jóias e pedras preciosas, porcelanas, cerâmica e tapeçaria local.

Por tudo isto que é a herança viva de Jaipur, em julho de 2019, a UNESCO elevou esta cidade a Património da Humanidade, um estatuto bem merecido.

O que visitámos:

  • Amber Fort: Um dos highlights da visita a Jaipur é visitar o forte da cidade que lhe antecedeu. Amer, ou Amber, fica a apenas 11 km de Jaipur. Imponente e amarelo, no topo de um monte, o forte é uma bomba artística que mistura arquitetura Mughal e a decoração irresistível dos Marajás. O complexo divide-se em secções que serviam funções diferentes no quotidiano da governação do reino, residência da realeza ou devoção religiosa. Enormes portões supersticiosos ligam diferentes pátios, sistemas artificiais de cascatas internas arrefecem o interior de alguns edifícios e passagens subterrâneas para um outro forte mais alto asseguravam a fuga da família real em tempos de guerra. Vale bem meio dia de visita;
  • Panna Meena Ka Kund: Ainda em Amber, uma série de escadas cruzadas do século XVI em redor de um reservatório de água. Tem uma estética muito particular;
  • Jal Mahal: Significa Palácio de Água e aparece à tona do maior lago da cidade, com 4 andares subaquáticos. O seu reflexo faz um efeito espetacular;
  • City Palace: Daqui, do coração da cidade, governou o Marajá de Jaipur até 1949. Foi, e é ainda, um importante lugar para cerimoniais e eventos de carácter cultural e religioso. Hoje serve ainda como centro de apoio a pintores locais e outros artistas. Vale a pena visitar o museu que a fundação da família real organizou por galerias com a exposição do salão de audiências, têxteis e vestuário, armas de guerra, pintura e fotografia e material de transporte utilizados pela realeza deste a fundação da cidade. No complexo ainda se encontra a residência oficial e atual da família real. A arquitetura e decoração dos Rajputs mostram-se aqui em todo o seu esplendor;
  • Hawa Mahal: O Palácio dos Ventos conta com 5 andares de muitos pequenos pormenores. Com 953 janelinhas, foi construído para que as senhoras da realeza pudessem observar a vida quotidiana e as festividades religiosas da rua sem que fossem vistas, já que estavam proibidas de aparecer em público;
  • Nargarh Fort: Uma vista muito privilegiada sobre a cidade num forte que foi assombrado ao ponto de quase ser impedida a sua construção;
  • Bazares locais: Podes e deves perder-te na diversidade que são os bazares locais. Recomendamos o Johari e o Bapu.

Onde dormimos:

Ficámos hospedados no Gumaan Auberge. Hotel simpático. O manager foi muitíssimo prestável, ajudando a planear os nossos dias em Jaipur.

Onde comemos bem:

  • Tatto Café: Tem uma vista privilegiada para o Hawa Mahal e umas ótimas pizzas;
  • Dagla: Rooftop muito agradável no Indira Bazar. Boa comida Indiana.

Ficámos apaixonados pela cor e vida de Jaipur. A cidade tem tanto de requinte palaciano como de labuta veloz. Comparativamente às paragens anteriores, sentimos uma diferença no humor e abertura deste povo. É neste mundo cor-de-rosa que abrimos a página do Rajastão. Isto promete!

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